quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Fantasia de Pimento


O pimento é inegavelmente um elemento essencial para a cozinha mediterrânica, incluindo a comida tradicional portuguesa, e porque não, também a mais refinada.

O pimento “caseiro” aquele que é cultivado em agricultura racional, como na Horta da Farmácia, tem todas as qualidades mais realçadas, como o aroma, textura e suavidade de paladar. A variedade dita “Italiano”, designada em Italia por “Corno di Toro”, mais alongado e menos carnudo, é mais aromático e sem a agressividade de paladar do pimento vulgar.
Mas… pois é, há gente que não gosta, há gente que não o tolera bem e fica a conversar com ele a tarde inteira, e talvez esta seja uma solução para essas objeções.
Eu não sei como se faz doce de pimento, ou pimento em calda, ou o que seja. Também não sei fazer doces, mas entendi que o pimento poderia ser um fruto “doçável”, e vai de deitar as mãos ao tacho.

Pimento doce, é uma coisa estranha – sabe a pimento e sabe a calda de açúcar. Dois sabores que persistem independentes e formam uma mistura enjoativa. Mas a partir daí pode conseguir-se levar ou elevar o paladar a uma fantasia com um nível de elegância suprema, com o cuidado de não ultrapassar limites de incompatibilidade foleira. E o pimento vai “desaparecendo”, e o açúcar vai-se tornando apenas doce, e os paladares e aromas vão-se revelando e tornando misteriosamente agradáveis, até concluir num resultado final atrativo, apetecível e agradavelmente muito elegante.
Como prometido, o “segredo” da composição, não como uma fórmula de doçaria, mas como uma lista de ingredientes que eu usei, em quantidades a ir acertando com o tempo ao gosto de cada um, que é a seguinte:

Pimento, açucar, tangerina (sumo e casca), gengibre, hortelã, erva príncipe… e whisky.

Se alguém quiser mais alguma dica, é só perguntar.
Ah! Há ainda dois ingredientes indispensáveis - tempo livre e muita paciência. É que, se o fogo for mais forte, seguramente que aquele vermelhinho vai ficar castanho num instante.

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