sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Culturas de outono I

Há uns tempos mostrei a flor de cúrcuma, ou açafrão da terra, entre outros nomes. Sem saber exatamente quando é que a raiz (parente do gengibre) está pronta para ser apanhada, porque naturalmente está debaixo da terra a uma profundidade considerável, resolvi arrancar uma planta e eis:
Um só pé - na realidade há mais três que são rebentos do principal  - produziu isso tudo que aqui se vê. Penso que ainda não devia estar muito "madura" por ter ainda as pontas esbranquiçadas, que entretanto ficaram tão amarelas que até a faca que as raspa ou corta fica tão amarela que a cor só sai dificilmente e quando lhe apetece. A fotografia de cima mostra a planta com a flor e as raízes, e a inferior a produção em maior detalhe

Depois da colheita, do buraco de onde saíram, foi o mesmo onde as plantas voltaram a ser enterradas. E lá estão, aparentemente bem, aproveitando para enviar cumprimentos bem amarelos e cheirosos a todos os visitantes deste Blog

Estranho Bicharoco

Reclamam-me que faz tempo não publico nada. Vamos então atualizar algumas coisas. O desagradável primeiro. Olhem só!
Andávamos nós na apanha da batata doce e eis que, agarrado ao pecíolo (é mais refinado do que dizer pé) de uma folha, este monstro.

Monstro sim, que eu nunca tal houvera visto em lado algum. Do tamanho de um dedo indicador, era assim uma coisa entre nojento... e nojento, a que nem um corno faltava. 
Mas muito meigo, devo confessar. Peguei na folha e fotografa daqui, vira para ali e volta a fotografar e click, click click, e nem se mexeu, ali agarradinho até ao fim. Na Horta da Farmácia, não há só espécies botânicas exóticas, também há disto. Alguém saberá como se chama?

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Fantasia de Pimento


O pimento é inegavelmente um elemento essencial para a cozinha mediterrânica, incluindo a comida tradicional portuguesa, e porque não, também a mais refinada.

O pimento “caseiro” aquele que é cultivado em agricultura racional, como na Horta da Farmácia, tem todas as qualidades mais realçadas, como o aroma, textura e suavidade de paladar. A variedade dita “Italiano”, designada em Italia por “Corno di Toro”, mais alongado e menos carnudo, é mais aromático e sem a agressividade de paladar do pimento vulgar.
Mas… pois é, há gente que não gosta, há gente que não o tolera bem e fica a conversar com ele a tarde inteira, e talvez esta seja uma solução para essas objeções.
Eu não sei como se faz doce de pimento, ou pimento em calda, ou o que seja. Também não sei fazer doces, mas entendi que o pimento poderia ser um fruto “doçável”, e vai de deitar as mãos ao tacho.

Pimento doce, é uma coisa estranha – sabe a pimento e sabe a calda de açúcar. Dois sabores que persistem independentes e formam uma mistura enjoativa. Mas a partir daí pode conseguir-se levar ou elevar o paladar a uma fantasia com um nível de elegância suprema, com o cuidado de não ultrapassar limites de incompatibilidade foleira. E o pimento vai “desaparecendo”, e o açúcar vai-se tornando apenas doce, e os paladares e aromas vão-se revelando e tornando misteriosamente agradáveis, até concluir num resultado final atrativo, apetecível e agradavelmente muito elegante.
Como prometido, o “segredo” da composição, não como uma fórmula de doçaria, mas como uma lista de ingredientes que eu usei, em quantidades a ir acertando com o tempo ao gosto de cada um, que é a seguinte:

Pimento, açucar, tangerina (sumo e casca), gengibre, hortelã, erva príncipe… e whisky.

Se alguém quiser mais alguma dica, é só perguntar.
Ah! Há ainda dois ingredientes indispensáveis - tempo livre e muita paciência. É que, se o fogo for mais forte, seguramente que aquele vermelhinho vai ficar castanho num instante.

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Improvável

E depois das colheitas, porque o tempo não vem de feição, porque não chove e está uma seca danada, e porque gosto, e porque me apetece, trato das coisas cultivadas.
Começo por um doce improvável, mas com um sabor divinal. Uso oito ingredientes, sendo que dois são partes diferentes da mesma coisa. Alguém arrisca o que é e quais são os ingredientes? Vá lá, é fácil, amanhã dou a solução.

Comedor de salsa


Perguntam-me pelo Blog. Está bem, como se vê. Mas as colheitas de verão tiveram a azáfama própria das grandes produções – colheitas, transportes, armazenamentos, exportação, tanta coisa (se calhar um pouco exagerada…) que estou a precisar de férias.

Mas “prontos”, já acabaram, e no lavar dos cestos, como uma espécie de belo-horrível, a imagem de um intruso, apanhado a comer a salsa do vaso da varanda da cozinha. Não sei como se chama, estraga que se farta, mas que é lindo, lá isso é.

O PASSARINHO DOS TOMATES

Ainda não sei o título que vou dar a este post, mas não andará longe do que tenho em mente, quando acabar de escrever logo se vê. Ora então...